MARCELO NÓBREGA*

“Sou filho de um paraibano que saiu de sua terra em direção ao Rio de Janeiro. Como ajudante de caminhão do Zeca Buraco, ia em busca do futuro no Sul maravilha. O seu Marçal se deu bem. Prestou concurso para a Petrobrás e lá desenvolveu carreira até se aposentar.

Venho de uma típica família de classe média e cresci brincando nas ruas de bairros como Copacabana e Grajaú. Quando estava com 7 anos, uma transferência do meu pai nos levou a Manaus. Desse tempo, guardo a memória afetiva do sabor das comidas exóticas e dos passeios de barco, avistando os índios e a floresta.

Aos 10 anos, já de volta ao Rio, vi chegar o metrô na Tijuca. Era aluno aplicado, desses que colecionam medalhas. Aos quatorze, minha família mudou para o Leblon, mais próximo à praia, e eu ingressei no Colégio Santo Agostinho. Mais tarde, cursei engenharia na PUC-Rio.

A expatriação do meu pai para os Estados Unidos em 1985 abriu um novo caminho. Enquanto os amigos rumavam para a estreia da primeira edição do Rock in Rio, eu embarcava para Nova Iorque. Lá, continuei meus estudos na Columbia University. À época,  o mainframe dava espaço à microinformática, o que me atraiu para a computação.

Marcelo Nóbrega Arcos Dorados

Emendei o mestrado na mesma universidade, convivendo com muitos estrangeiros, em uma rica interação com diferentes perspectivas e culturas. Em 1989, de volta ao Brasil, respondi a um anúncio de emprego. Foi então que conquistei uma vaga de analista de sistemas no Banco Garantia. Na sequência, veio a passagem por uma gerência administrativa de uma corretora de valores.

Já em 1998, fiquei responsável por RH e sistemas da petroleira YPF, ampliando depois o escopo. Abarquei também as áreas de compras e de saúde, segurança e meio ambiente. Nessa época, fiz doutorado em engenharia de produção pela UFRJ. Ainda no segmento de óleo e gás, em 2003 me juntei à BP como diretor de RH para o Brasil. E novamente foi morar nos EUA, transferido três anos mais tarde para uma posição em Houston, no Texas.

No ano de 2008, o Brasil estava em rota de ascensão e eu, diante do desejo de regressar. Tomei a decisão de me desligar da companhia e ir em busca de outra oportunidade de trabalho. Ela surgiu em São Paulo, na direção de RH da Reckitt Benckiser, inicialmente em âmbito nacional, depois para a América Latina. De bens de consumo parti na sequência para a aviação, como vice-presidente de recursos humanos da TAM. Foi essa a trajetória que cumpri até chegar à Arcos Dorados, pronto a fazer do McDonald’s a melhor experiência de primeiro emprego para os jovens deste país.”

*Entrevista concedida enquanto diretor de RH da Arcos Dorados. Acompanhe a trajetória no LinkedIn

Por Thaís Aiello, com imagens de Gladstone Campos

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